Mas foi a 'invasão' árabe na Europa que causou mais prejuízo ao catolicismo e cristianismo. Os dois últimos protagonistas da 5a e 6a trombetas foram determinantes para os eventos que ocorrem em nossos dias.
Odoacro (cerca de 434 - 493), rei da tribo germânica dos hérulos, nasceu perto do Rio Danúbio, em território que hoje é parte da Alemanha. Ao depor o imperador Rômulo Augusto, em 476, pôs fim ao Império Romano do Ocidente e se tornou o primeiro dos reis bárbaros de Roma.
Ele era filho de Edeco príncipe da corte de Átila rei dos Hunos. Em 469 ele pôs-se a serviço dos romanos como chefe de um exército de mercenários germânicos de estirpe hérula, quando se torna chefe dos contingentes bárbaros rebeldes.
Todas as províncias do Império Romano, além da Itália, já eram dominadas pelos bárbaros, e os imperadores eram fantoches e não soberanos. A Itália, pelos ataques dos bárbaros, estava praticamente um deserto, sem habitantes, e os exércitos imperiais eram formados de bárbaros.
No oitavo ano do pontificado do Papa Simplício, Roma caiu diante dos bárbaros. Os hérulos demandaram dois terços da Itália e, diante da recusa, escolheram Odoacro como seu chefe e o nomearam rei de Roma.
Nominado rex gentium das suas tropas, Odoacro decidiu não nomear um sucessor ao imperador deposto. Em vez disso, enviou as insígnias ao imperador do Romano do Oriente, Zenão I, o qual, ainda que convidando-o a submeter-se à autoridade do imperador legítimo, Júlio Nepos, aceitou de fato a sua
soberania sobre as terras do Ocidente, decretando assim "oficialmente" o fim do Império Romano do Ocidente.
A administração de Odoacro se baseou numa política conservadora, deixando aos romanos a possibilidade de manter o exercício de cargos menores e o livre exercício do Cristianismo, mantendo assim substancialmente intacta a estrutura organizacional precedente. Desta maneira assegurou a fidelidade da
aristocracia, do Senado e da Igreja. Odoacro era bem intencionado, e favoreceu a seita dos arianos.
Maomé c. 570, foi um líder religioso e político árabe. Segundo a religião islâmica, Maomé é o mais recente e último profeta do Deus de Abraão.
Para os muçulmanos, Maomé foi precedido em seu papel de profeta por Jesus, Moisés, Davi, Jacob, Isaac, Ismael e Abraão. Como figura política, ele unificou várias tribos árabes, o que permitiu as conquistas árabes daquilo que viria a ser um império islâmico que se estendeu da Pérsia até à Península Ibérica.
Não é considerado pelos muçulmanos como um ser divino, mas sim, um ser humano; contudo, entre os fiéis, ele é visto como um dos mais perfeitos seres humanos.
Maomé não rejeitou completamente o judaísmo e o cristianismo, duas religiões monoteístas já conhecidas pelos árabes. Em vez disso, informou que tinha sido enviado por Deus para restaurar os ensinamentos originais destas religiões, que tinham sido corrompidos e esquecidos.
Muitos habitantes de Meca rejeitaram a sua mensagem e começaram a persegui-lo, bem como aos seus seguidores. Em 622 Maomé foi obrigado a abandonar Meca, numa migração conhecida como a Hégira (Hijra), tendo se mudado para Yathrib (atual Medina).
Nesta cidade, Maomé tornou-se o chefe da primeira comunidade muçulmana. Seguiram-se uns anos de batalhas entre os habitantes de Meca e Medina, que se saldaram em geral na vitória de Maomé e dos seguidores.
A organização militar criada durante estas batalhas foi usada para derrotar as tribos da Arábia. Por altura da sua morte, Maomé tinha unificado praticamente o território sob o signo de uma nova religião, o islão.
Otman, Utman ou Otomão, foi o terceiro califa muçulmano (644-656) era membro do clã dos Omíadas (Umayyad) que se encontrava integrado na tribo dos Coraixitas (Quraysh) de Meca.
Rico mercador, tornou-se um dos primeiros a seguir a mensagem religiosa do profeta Muhammad.
Ordenou a fixação do texto oficial do Alcorão, nomeando para o efeito uma comissão que decidiu o que deveria ser incluído ou excluído do texto final do livro sagrado.
As conquistas muçulmanas no norte da Africa e dos países baixos da Europa trouxeram a religião islâmica para dentro dos territorios que eram anteriormente cristãos.
A ação muçulmana com ênfase religiosa e com um proselitismo agressivo é retradado no Apocalipse como "o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como a fumaça de uma grande fornalha, e com a fumaça do poço escureceu-se o sol e o ar" 9:2.
Todos estes protagonistas das trombetas impuseram o terror na Europa. Seu alvo eram os tesouros de Roma, mas eles eram articulados por um poder maior, para enfraquecer o império romano e mais especificamente a ação do papado que oprimia o povo e obscurecia a Verdade.
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