coroação de Carlos Magno pelo papa Leão III (800 dC) |
Foi a partir da Revolução Francesa que novos modelos
políticos, sociais e culturais surgiram na Europa, “enterrando” o Antigo Regime
absolutista e espalhando-se para outros continentes.
A estrutura do Antigo Regime era composta por três Estados:
a nobreza (primeiro), o clero (segundo) e a burguesia (terceiro), que se dividia
entre alta e baixa burguesia e incluía também os trabalhadores urbanos e os
camponeses. (Fonte: UOL)
A Revolução Francesa estourou, em 1789, por causa da busca
de legitimidade e representatividade política por parte do Terceiro Estado. Os
membros do Terceiro Estado reuniram-se em Assembleia Constituinte para
redefinir os rumos da França, levando em conta o protagonismo da burguesia. No
salão em que a Assembleia reuniu-se, dois grupos principais debatiam.
Os aristocratas (girondinos) eram conservadores, pois
defendiam os privilégios da igreja, o sistema de classes que existia no antigo
regime e os benefícios da aristocracia. Na opinião deles, grandes mudanças já
haviam acontecido no país e não eram mais necessárias – essa era a posição
política de direita da época.
Os burgueses (jacobinos), que na época pagavam a conta dos
privilégios da aristocracia e da igreja, sentavam do lado esquerdo e defendiam
o republicanismo, secularismo e o livre mercado. Para eles, grandes mudanças
ainda estavam por vir e eles queriam fazê-las acontecer. (Fonte: Colab.re)
A UNIÃO DA RELIGIÃO E A POLÍTICA
O movimento de direita na frança era composto pelo segmento
do clero, ou da religião instituída (catolicismo) e que havia instituído a
monarquia.
O catolicismo na Europa desde o sexto século herdou o poder
político do antigo império romano ocidental. Com a queda do império ocidental
(508dC) os líderes religiosos das antigas cidades do império, subiram ao poder
como a única autoridade moral e de liderança.
As decisões políticas passaram a ser demandadas pelos
sacerdotes e principalmente pelo papa. Aqui ocorre a união entre a Igreja e o
Estado, e o crescimento da autoridade política do bispo de Roma.
Essa união (igreja e estado) já havia se iniciado com a
conversão do imperador romano Constantino, e foi o ponto crucial que permitiu
que o Cristianismo se tornasse a religião oficial do Império Romano. O livro do
filósofo cristão Agostinho, ‘A Cidade de Deus’, proveu o ideal filosófico que
inspirou o papado a construir um poder temporal para conquistar o mundo. E por
fim a conversão do rei Clóvis I (508 dC) abriu as portas para a unificação
político-eclesiástica que era necessária para apoiar as pretensões
católico-romanas durante a Idade Média. A guerra de Clóvis e a vitória final
sobre os visigodos arianos, em 508, representa um passo extremamente importante
em prover um exército efetivo para a Igreja Católica Romana punir os assim
chamados “hereges”.
As perseguições e morte dos ‘hereges’, são as marcas desse
poder político-religioso.
A monarquia assim reinou na Europa por quase 13 séculos apoiada
pelos papas e sacramentada pela religião cristã-romana.
É importante entender que a religião cristã-romana, não é a
mesma religião de Cristo. A igreja romana é paganizada, e governava por
interesses políticos e temporais apenas.
A DIREITA RELIGIOSA
Sendo assim, no século 18, quando a Revolução francesa
acontece, esse evento é uma reação a essa religião politizada (pagã) dos
antigos romanos.
E hoje a direita, a extrema direita e a ultra direita, tem
esse viés religioso.
No próprio Brasil, em nossos dias, o protestantismo, os
evangélicos e pentecostais, se utilizam do braço político para garantir seus
direitos, devido a essa herança que o papado deixou.
A indevida relação de igreja e estado, vêm dessa herança
católica, ou do papado medieval. Foi a liberdade religiosa dos cristãos
protestantes que vieram a América no século 15, que conquistaram os valores
democráticos e republicanos.
Mas essa mesma liberdade religiosa é ameaçada pela direita
democrática hoje, que tenta impor a religião através da política.
Religião não se impõem. E todos tem o direito de exercer a
religião que bem desejarem; mesmo não exercer religião alguma, ou até descrer
em Deus. Esse é o fundamento da liberdade religiosa.
E os atuais cristãos, protestantes, evangélicos e pentecostais,
não admitem que religiões africanas, animistas, orientais e místicas, venham a
se estabelecer. Mas esse é um direito inalienável.
O CENÁRIO DO FIM
Apocalipse 13 oferece uma previsão profética do cenário do
fim, onde o poder político (besta da terra) e o poder religioso (besta do mar)
se unem para imposições e sanções.
As três imposições descritas ali (13:15-17) só são possíveis
por ação política e de fundo religioso:
1.
Decreto de morte
2.
Marca
3.
Não comprar, não vender
O cenário final da história desse mundo é de uma política-religiosa
de extrema-direita. Onde os governantes por motivação religiosa impõem decretos
e sanções.
CONCLUSÃO
Embora a política de direita cometa o erro de unir a politica
e a religião, ela ainda preserva os valores da moral, família e decência. Por
outro lado, a política de esquerda quer eliminar a religião e os valores
familiares, impondo uma cultura de imoralidade e indecência.
Isso nos evidencia apenas que não será a política que irá salvar
nosso mundo. Os humanos já possuem um Salvador, e Ele já tem um plano para
restaurar o planeta.
Leia também: Cenário Político-Religioso do Fim
Para entender melhor, leia: Filosofia da Política de Esquerda
Nenhum comentário:
Postar um comentário