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coroação de Carlos Magno pelo papa Leão III (800 dC)
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Os termos ‘direita e esquerda’ surgiram no contexto
histórico da Revolução Francesa, que foi um dos acontecimentos mais impactantes
da história. Parte desse evento ganha destaque no Apocalipse (11:7-14) onde a
França é retratada no símbolo da ‘besta do abismo’ (v7). E a profecia destaca
como essa nação perseguiu a Palavra de Deus (duas testemunhas – AT e NT)
causando a quase extinção delas nesse país.
Foi a partir da Revolução Francesa que novos modelos
políticos, sociais e culturais surgiram na Europa, “enterrando” o Antigo Regime
absolutista e espalhando-se para outros continentes.
A estrutura do Antigo Regime era composta por três Estados:
a nobreza (primeiro), o clero (segundo) e a burguesia (terceiro), que se dividia
entre alta e baixa burguesia e incluía também os trabalhadores urbanos e os
camponeses. (Fonte: UOL)
A Revolução Francesa estourou, em 1789, por causa da busca
de legitimidade e representatividade política por parte do Terceiro Estado. Os
membros do Terceiro Estado reuniram-se em Assembleia Constituinte para
redefinir os rumos da França, levando em conta o protagonismo da burguesia. No
salão em que a Assembleia reuniu-se, dois grupos principais debatiam.
Os aristocratas (girondinos) eram conservadores, pois
defendiam os privilégios da igreja, o sistema de classes que existia no antigo
regime e os benefícios da aristocracia. Na opinião deles, grandes mudanças já
haviam acontecido no país e não eram mais necessárias – essa era a posição
política de direita da época.
Os burgueses (jacobinos), que na época pagavam a conta dos
privilégios da aristocracia e da igreja, sentavam do lado esquerdo e defendiam
o republicanismo, secularismo e o livre mercado. Para eles, grandes mudanças
ainda estavam por vir e eles queriam fazê-las acontecer. (Fonte: Colab.re)
A UNIÃO DA RELIGIÃO E A POLÍTICA
O movimento de direita na frança era composto pelo segmento
do clero, ou da religião instituída (catolicismo) e que havia instituído a
monarquia.
O catolicismo na Europa desde o sexto século herdou o poder
político do antigo império romano ocidental. Com a queda do império ocidental
(508dC) os líderes religiosos das antigas cidades do império, subiram ao poder
como a única autoridade moral e de liderança.
As decisões políticas passaram a ser demandadas pelos
sacerdotes e principalmente pelo papa. Aqui ocorre a união entre a Igreja e o
Estado, e o crescimento da autoridade política do bispo de Roma.
Essa união (igreja e estado) já havia se iniciado com a
conversão do imperador romano Constantino, e foi o ponto crucial que permitiu
que o Cristianismo se tornasse a religião oficial do Império Romano. O livro do
filósofo cristão Agostinho, ‘A Cidade de Deus’, proveu o ideal filosófico que
inspirou o papado a construir um poder temporal para conquistar o mundo. E por
fim a conversão do rei Clóvis I (508 dC) abriu as portas para a unificação
político-eclesiástica que era necessária para apoiar as pretensões
católico-romanas durante a Idade Média. A guerra de Clóvis e a vitória final
sobre os visigodos arianos, em 508, representa um passo extremamente importante
em prover um exército efetivo para a Igreja Católica Romana punir os assim
chamados “hereges”.
Portanto, o que ocorreu em 508 pode ser considerado um dos
passos mais significativos no processo de consolidação das pretensões temporais
da Igreja Católica Romana, que atingiu sua culminância nas fortes perseguições
da Idade Média. Mas foi somente em 538 que a cidade de Roma acabou sendo
libertada do domínio de um “herético” reino ariano, e a Igreja Romana foi capaz
de desenvolver mais efetivamente sua supremacia eclesiástica. (Fonte: Centro
White)
As perseguições e morte dos ‘hereges’, são as marcas desse
poder político-religioso.
A monarquia assim reinou na Europa por quase 13 séculos apoiada
pelos papas e sacramentada pela religião cristã-romana.
É importante entender que a religião cristã-romana, não é a
mesma religião de Cristo. A igreja romana é paganizada, e governava por
interesses políticos e temporais apenas.
A DIREITA RELIGIOSA
Sendo assim, no século 18, quando a Revolução francesa
acontece, esse evento é uma reação a essa religião politizada (pagã) dos
antigos romanos.
E hoje a direita, a extrema direita e a ultra direita, tem
esse viés religioso.
No próprio Brasil, em nossos dias, o protestantismo, os
evangélicos e pentecostais, se utilizam do braço político para garantir seus
direitos, devido a essa herança que o papado deixou.
A indevida relação de igreja e estado, vêm dessa herança
católica, ou do papado medieval. Foi a liberdade religiosa dos cristãos
protestantes que vieram a América no século 15, que conquistaram os valores
democráticos e republicanos.
Mas essa mesma liberdade religiosa é ameaçada pela direita
democrática hoje, que tenta impor a religião através da política.
Religião não se impõem. E todos tem o direito de exercer a
religião que bem desejarem; mesmo não exercer religião alguma, ou até descrer
em Deus. Esse é o fundamento da liberdade religiosa.
E os atuais cristãos, protestantes, evangélicos e pentecostais,
não admitem que religiões africanas, animistas, orientais e místicas, venham a
se estabelecer. Mas esse é um direito inalienável.
O CENÁRIO DO FIM
Apocalipse 13 oferece uma previsão profética do cenário do
fim, onde o poder político (besta da terra) e o poder religioso (besta do mar)
se unem para imposições e sanções.
As três imposições descritas ali (13:15-17) só são possíveis
por ação política e de fundo religioso:
1.
Decreto de morte
2.
Marca
3.
Não comprar, não vender
O cenário final da história desse mundo é de uma política-religiosa
de extrema-direita. Onde os governantes por motivação religiosa impõem decretos
e sanções.
CONCLUSÃO
Embora a política de direita cometa o erro de unir a politica
e a religião, ela ainda preserva os valores da moral, família e decência. Por
outro lado, a política de esquerda quer eliminar a religião e os valores
familiares, impondo uma cultura de imoralidade e indecência.
Isso nos evidencia apenas que não será a política que irá salvar
nosso mundo. Os humanos já possuem um Salvador, e Ele já tem um plano para
restaurar o planeta.
Leia também: Cenário Político-Religioso do Fim
Para entender melhor, leia: Filosofia da Política de Esquerda