TRUMP E A RELIGIÃO

Durante seu primeiro mandato (2017-2021), Donald Trump tomou diversas ações que agradaram a grupos religiosos, especialmente os evangélicos e católicos conservadores, que formam uma grande parte de sua base de apoio. Suas ações tinham como foco principal questões de liberdade religiosa, proteção de valores conservadores e apoio a Israel. Abaixo estão algumas das principais ações religiosas de Trump nesse período:

 1. Nomeações para a Suprema Corte

   - Trump indicou três juízes conservadores à Suprema Corte dos Estados Unidos: **Neil Gorsuch**, Brett Kavanaugh e Amy Coney Barrett. Essas nomeações visavam reforçar a presença de juízes favoráveis a causas conservadoras, como restrições ao aborto e defesa da liberdade religiosa.

   - Com essas nomeações, a Suprema Corte passou a ter uma maioria conservadora (6-3), influenciando decisões sobre liberdade religiosa e outros temas importantes para a comunidade religiosa conservadora.

2. Liberdade Religiosa

   - Trump assinou várias ordens executivas para promover a liberdade religiosa. Em 2017, ele assinou a Ordem Executiva de Liberdade Religiosa, que buscava garantir que o governo não interferisse nas práticas religiosas.

   - Ele também criou a Iniciativa de Fé e Oportunidade (Faith and Opportunity Initiative) para facilitar o trabalho de organizações religiosas junto ao governo.

   - Sob seu governo, o Departamento de Justiça emitiu diretrizes reforçando a proteção de práticas e crenças religiosas, e houve uma série de medidas para permitir que indivíduos e organizações religiosas não fossem obrigados a atuar em desacordo com suas crenças, especialmente em questões como aborto e casamento entre pessoas do mesmo sexo.

3. Apoio a Israel

   - Trump tomou ações que tiveram grande impacto para os cristãos sionistas e judeus conservadores, entre elas:

     - Reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel em 2017 e transferência da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém em 2018.

     - Reconhecimento das Colinas de Golã como território israelense, algo visto por muitos evangélicos como um cumprimento profético.

   - Esses atos fortaleceram os laços entre os EUA e Israel e foram aplaudidos por muitos grupos religiosos, especialmente evangélicos, que veem a aliança com Israel como parte de sua fé.

4. Restrição ao Aborto

   - Trump tomou medidas para limitar o aborto em nível federal e estadual. Ele restabeleceu e expandiu a Política da Cidade do México (também chamada de "Global Gag Rule"), que proíbe o uso de fundos federais para organizações que promovem o aborto no exterior.

   - Seu governo apoiou o direito de estados a imporem restrições mais rígidas ao aborto e defendeu organizações religiosas que se opõem ao aborto. Ele também participou de eventos antiaborto, como a Marcha pela Vida em 2020, tornando-se o primeiro presidente dos EUA a fazer isso pessoalmente.

5. Direitos LGBTQ+ e Religião

   - Trump tomou medidas que, segundo ele, defendiam a liberdade religiosa, mas que também impactaram os direitos LGBTQ+. Sob sua administração, instituições religiosas receberam mais liberdade para recusar serviços ou benefícios a pessoas LGBTQ+ com base em crenças religiosas, o que gerou controvérsia e críticas de grupos de direitos civis.

   - Por exemplo, o governo emitiu uma regulamentação permitindo que agências de adoção e abrigos de emergência que recebiam fundos federais recusassem atendimento a casais do mesmo sexo, citando motivos religiosos.

6. Política de Refugiados e Imigração

   - A política de imigração de Trump, incluindo restrições a refugiados, dividiu opiniões na comunidade religiosa. Muitas organizações cristãs e católicas apoiavam a acolhida de refugiados, mas a administração Trump reduziu drasticamente o número de refugiados permitidos nos EUA, o que afetou também grupos religiosos perseguidos em outros países.

7. Atos Simbólicos

   - Trump fez gestos públicos que agradaram grupos religiosos, como a foto com uma Bíblia em frente à igreja de St. John em Washington, D.C., após protestos em 2020. Ele também promoveu eventos de oração na Casa Branca e tinha conselheiros religiosos influentes, especialmente do meio evangélico.

Essas ações de Trump em favor de causas religiosas e de liberdade religiosa solidificaram seu apoio entre eleitores religiosos conservadores. Suas decisões moldaram questões importantes para esses grupos e influenciaram políticas dos EUA no cenário interno e internacional.

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