"Morreu nesta segunda-feira (21/04), aos 88 anos, o papa Francisco, primeiro papa sul-americano e jesuíta da história da Igreja Católica. O pontífice faleceu em sua residência no Vaticano, Casa Santa Marta. (...) "Às 7:35 desta manhã (hora local. 2:35h de Brasília), o Bispo de Roma, Francisco”.
"Aos 76 anos de idade, o cardeal Bergoglio da Argentina se
tornou o primeiro pontífice das Américas e do hemisfério sul em 2013.
Converteu-se também no primeiro papa jesuíta — ordem que, historicamente, era
vista com desconfiança por Roma. Desde a morte de Gregório 3º, nascido na Síria
em 741, todos os papas haviam sido europeus." (BBC Brasil)
A escatologia protestante dedica muita atenção e preocupação ao trono do Vaticano.
Porque a teologia protestante tem o seu foco no trono do
Vaticano e naqueles que sobem ali para o assumir? A resposta é que a profecia
apocalíptica oferece esse olhar sobre esse personagem da história religiosa.
A profecia de Daniel começa sua revelação apocalíptica no
capitulo 02 desse livro deixando o fim das nações na Europa, como o berço das
nações ocidentais. Naquela profecia, de uma estátua que representa a história
politica das nações, a Europa é representada como os pés de barro e ferro (Daniel
2:41-44) que seria o berço do Vaticano e do surgimento do Papado.
Na visão seguinte, o profeta Daniel, já enxerga o Papado na
cabeça de um “Animal Terrível e Espantoso” (Daniel 7:7) que simboliza uma
nação, Roma, ou o império Romano. E na cabeça dessa nação, é representado como
sendo um “chifre” (rei na própria interpretação das Escrituras – Daniel 7:24).
Desse “chifre” ou “rei” é dito – “esse chifre fazia guerra
contra os santos e estava vencendo” Daniel 7:21. Essa descrição profética é
muito importante, pois foi o papado que na idade média perseguiu, prendeu,
torturou e matou os cristãos dissidentes que se opunham aos seus ensinos
contrário às Escrituras.
O v24 é outra indicação histórica – “rei, que será diferente
dos primeiros, e derrotará três reis” Daniel 7:24. Foi o papado, que surgiu dos
“dez reinos” – as nações que originaram a Europa; e o mesmo papado que destruiu
os três povos: os Hérulos – derrotados em 493 d.C.; os Vândalos – derrotados em
534 d.C.; e os Ostrogodos – derrotados em 538 d.C. Esses povos eram: uma tribo
bárbara germânica, cristãos arianos (não criam na divindade completa de Cristo);
e faziam oposição direta ao avanço da autoridade papal em Roma.
Por que isso é historicamente importante para a
identificação do papado na profecia? Em 538 d.C., após a derrota dos
ostrogodos, o bispo de Roma pôde exercer autoridade sem resistência sobre o
Ocidente. Isso marca o início profético dos 1260 anos de domínio papal
(538–1798), segundo a interpretação adventista de Daniel (12:7up) e Apocalipse.
Mas a mais clara e evidente identificação ocorre em Daniel
7:25 com a seguinte descrição profética – “Ele falará contra o Altíssimo,
oprimirá os santos do Altíssimo e tentará mudar os tempos e a lei; e os santos
serão entregues nas mãos dele por um tempo, tempos e metade de um tempo” Daniel
7:25.
1) “falará contra o Altíssimo” – essa é parte da descrição
do poder do "chifre pequeno", que representa o papado medieval. Isso
se refere a blasfêmias ou pretensões religiosas feitas pelo papado ao longo da
história. Se refere a reivindicação de títulos divinos que o papa arroga para
si mesmo: Vigário de Cristo (Vicarius Filii Dei) ou substituto de Cristo. Isso é uma blasfêmia
porque o substituto de Jesus na Terra foi o Espírito Santo (o Consolador – Ev. De
João 14:16). Outro título que usa é “Pai dos reis, governador do mundo,
substituto de Deus na Terra” (Enciclopedia Britânica).
É também uma referência a reivindicação do poder de perdoar
pecados – Só Deus pode perdoar, mas a Igreja Católica ensinava que o sacerdote
podia fazê-lo diretamente — em nome de Cristo, sim, mas a prática e o controle
centralizados reforçavam o poder clerical.
Outra referência são as declarações de infalibilidade papal
(séculos depois) – No Concílio Vaticano I (1870), o dogma da infalibilidade
papal foi oficialmente estabelecido: Quando o papa fala "ex
cathedra", suas palavras são consideradas sem erro em questões de fé e
moral.
2. “Magoará os santos do Altíssimo” – se refere à
perseguição aos crentes dissidentes da fé católica, que era punida com perseguição,
prisão, tortura e morte. Especialmente no período dos 1260 anos proféticos (de
538 a 1798 d.C.)
Eventos históricos marcaram essa ação do papado – Inquisição,
perseguições contra cristãos fiéis à Bíblia; mortes de grupos como valdenses, albigenses,
e reformadores; e a imposição de doutrinas pela força. Os “Santos” em Daniel
7:25 são os crentes fiéis a Deus que resistiam ao domínio religioso-político do
papado.
3. “Cuidará em
mudar os tempos e a lei” – essa expressão em Daniel 7:25
indica a tentativa de alterar mandamentos divinos e o calendário sagrado. Se
refere principalmente à mudança do sábado para o domingo. A Igreja Católica
afirma ter transferido a santidade do sábado (7º dia) para o domingo (1º dia da
semana). Isso foi uma mudança na lei moral de Deus (Êxodo 20:8–11) especialmente
no 4º mandamento que é o dia que o próprio Deus estabeleceu para receber
adoração.
A frase se refere também Mudanças litúrgicas e festas
religiosas: Introdução de dias santos e festividades não bíblicas, substituindo
os tempos estabelecidos por Deus. A expressão “cuidará” indica tentativa, não
sucesso pleno — ou seja, Deus mantém sua autoridade apesar das alterações
humanas.
4. “Um tempo, tempos
e metade de um tempo” – é interpretada como: Tempo = o período de 1 ano; Tempos, o período
de 2 anos; e Metade de um tempo = o período de meio ano. No total = 3 anos e
meio proféticos = 1260 dias proféticos = 1260 anos literais. Se referindo
historicamente ao período literal de 538–1798 d.C. (início da supremacia papal
até sua queda temporária com o cativeiro de Pio VI por Napoleão).
Conclusão:
Assim, a preocupação protestante se mantém viva quanto à
subida de outro papa no trono do Vaticano, devido ao foco que a profecia coloca
nesse poder político-religioso. Os últimos papas – Carol Voytila (João Paulo
II, Joseph Ratzinger (Bento 16) e Mario Jorge Bergólio (Francisco) fizeram
importantes inserções na história para o avanço do poder do catolicismo, e
cumprimento das profecias apocalípticas.
Daí a preocupação protestante reformista, que desse próximo
papa, possa surgir o quadro escatológico previsto em Apocalipse 13, com a união
das bestas do Mar e da Terra.
Aguardemos com uma “expectativa escatológica”.
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