Os EUA tem um protagonismo nas profecias do Apocalipse, pois são representados pela ‘Besta da Terra’ (Ap 13:11). Na imagística bíblica uma ‘besta’ ou ‘animal’ significa ‘reino’ (Dn 7:17, 23) ou nação.
A interpretação protestante é na sua maioria indicativa de
que os EUA é a terceira besta descrita na seção escatológica do Apocalipse e
tem uma importância crucial pois se associa a segunda besta (Ap 13:1),
representada pelo Vaticano, para determinar sanções econômicas (13:16,17) e decreto
de morte (13:15up).
Como há uma associação dos EUA com o Vaticano, as eleições americanas
são importantes pois o presidente deste país, tem de ter vínculos com a
religião romana.
Os EUA são historicamente uma nação protestante, o que
determina que assuma também no Apocalipse a figura do ‘Falso Profeta’ (Ap
16:13, 19:20, 20:10). E os vínculos do protestantismo norte americano com o
Vaticano tem acontecido na maioria das administrações presidenciais daquele
país.
Mas qual dos atuais candidatos – Harris ou Trump – tem os
vínculos mais próximos que poderiam cumprir a profecia de Apocalipse 13:12 – “Ela
exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença e faz com que a
terra e os seus habitantes adorem a primeira besta”. Note que é um vínculo
religioso, pois envolve “adoração” ou promoção da religião romanista pagã,
através dos papas e seus dogmas.
Kamala Harris e o catolicismo
Kamala Harris, vice-presidente dos EUA, possui uma relação
complexa com o catolicismo, marcada por sua base de apoio, experiência
jurídica, e políticas públicas. Embora ela mesma se identifique como batista,
Harris cresceu em uma casa com uma forte influência do hinduísmo por parte de
sua mãe e valores cristãos de seu pai jamaicano.
Politicamente, Harris tem um histórico de respeito à
liberdade religiosa, incluindo o catolicismo, mas também defende políticas
progressistas, algumas das quais têm sido criticadas por líderes católicos. Por
exemplo:
1. Questões de Aborto: Harris apoia o direito ao aborto, uma
posição que diverge das doutrinas oficiais da Igreja Católica. Como senadora,
ela trabalhou para expandir o acesso ao aborto e se posicionou contra projetos
de lei que limitariam o procedimento, o que gerou críticas de alguns grupos
católicos e conservadores.
2. Reforma do Sistema de Justiça Criminal: Durante seu
mandato como procuradora da Califórnia, Harris trabalhou em áreas que incluíam
a proteção das vítimas e a reforma do sistema de justiça criminal, algo
alinhado com a tradição católica de dignidade e direitos humanos. Muitos
católicos viram com bons olhos suas políticas de justiça, que enfatizam a
reabilitação e a dignidade humana.
3. Direitos LGBTQ+ e Liberdade Religiosa: Harris apoia o
casamento entre pessoas do mesmo sexo e os direitos LGBTQ+, o que é um ponto de
atrito com a doutrina católica tradicional. Em casos específicos, como a
exigência de que organizações de adoção religiosas trabalhem com famílias
LGBTQ+, sua posição é a favor da inclusão, mesmo em situações onde haja
conflito com valores católicos.
4. Questões de Imigração: Harris também defende uma política
de imigração mais inclusiva, algo que a Igreja Católica, especialmente nos EUA,
também apoia fortemente. Ela frequentemente cita o Papa Francisco como uma
inspiração para uma abordagem mais compassiva em relação aos imigrantes e
refugiados.
Assim, enquanto suas políticas refletem um respeito pela
diversidade religiosa, sua postura em temas sociais e de direitos civis
coloca-a em desacordo com algumas doutrinas católicas, mas também em harmonia
com aspectos sociais da justiça defendidos por muitos líderes da Igreja.
Donald Trump e o catolicismo romano
Donald Trump tem uma relação politicamente pragmática com o
catolicismo, buscando apoio católico em pontos que se alinham com a agenda
conservadora de seu partido, mas sem seguir integralmente as doutrinas
católicas. Abaixo estão algumas maneiras como Trump se posicionou em relação ao
catolicismo:
1. Aborto: Trump tomou uma posição fortemente pró-vida, que
se alinha com a doutrina católica sobre o aborto. Como presidente, ele indicou
juízes conservadores para a Suprema Corte, o que culminou na decisão de
derrubar o caso Roe v. Wade, que estabelecia o direito constitucional ao aborto
nos EUA. Essa postura lhe rendeu apoio de muitos eleitores católicos
conservadores e de líderes pró-vida dentro da Igreja Católica.
2. Liberdade Religiosa: Trump foi um defensor da liberdade
religiosa em sua administração, adotando políticas para proteger instituições
religiosas de terem que fornecer seguro saúde com cobertura para
contraceptivos, algo que a Igreja Católica tradicionalmente rejeita. Ele também
reforçou leis para permitir que organizações religiosas recebessem
financiamento federal sem comprometer sua autonomia doutrinária.
3. Direitos LGBTQ+: Trump adotou posições mistas quanto aos
direitos LGBTQ+. Embora seu governo tenha revogado algumas proteções para
pessoas transgênero, como no uso de banheiros e no serviço militar, ele evitou
confrontar diretamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo, tema sensível
para a Igreja Católica. Essa postura ambivalente trouxe críticas, mas também um
certo apoio por líderes católicos que defendem visões conservadoras.
4. Imigração: A política de imigração de Trump gerou uma
reação dividida entre os católicos. A Igreja Católica nos EUA tem uma postura
pró-imigrante, influenciada pela doutrina que defende a dignidade humana e os
direitos dos refugiados e imigrantes. No entanto, as políticas rigorosas de
Trump, incluindo a separação de famílias e restrições de entrada, foram
criticadas por muitos bispos e líderes católicos, embora tenham encontrado
apoio em católicos conservadores que desejam uma política de fronteiras mais
rigorosa.
5. Apoio ao Catolicismo Conservador: Durante seu mandato,
Trump procurou apoiar e angariar apoio dos católicos conservadores, nomeando
juízes que compartilham pontos de vista alinhados com doutrinas tradicionais e
defendendo temas pró-vida e pró-família. Ele recebeu apoio significativo de
grupos católicos que valorizam sua postura em temas morais e culturais, mesmo
quando suas ações ou retórica não refletiam os princípios sociais da Igreja.
Assim, embora Trump não seja católico (ele se identifica
como presbiteriano), ele estabeleceu uma relação estratégica com a Igreja
Católica nos EUA, procurando alinhar-se com a ala conservadora e enfatizando
temas que fortalecem seu apoio político entre católicos conservadores, mesmo
que suas políticas imigratórias e seu estilo pessoal sejam criticados por
outros setores da Igreja.
Conclusão
Trump por ser presbiteriano e de política direita, com forte
tendência religiosa talvez tenha um perfil mais propenso a cumprir essa relação
estreitada com a igreja romana. Harris apesar de se declarar batista, e por ser
de política de esquerda, tem a tendência de procurar uma gestão de um estado
laico, sem interferência religiosa.
O Apocalipse projeta um cenário em que o perfil de uma
gestão de direita ou extrema direita, com tendências religiosas, e um estado
com ligações religiosas; sendo assim o quadro descrito na profecia.
Leia também:
Sanções Econômicas Sinal do Fim
Nenhum comentário:
Postar um comentário