A VELHA FIGURA DO LÍDER POLÍTICO-RELIGIOSO

Os “papas” da Igreja Católica até o final do século 18 tiveram uma influencia política muito forte. Reis e rainhas estiveram submissos a sua liderança mundial durante 12 séculos e meio (idade média). E desde que o Vaticano reassumiu as terras e o governo daquele estado (Vaticano) em 1929, a figura dos “papas” voltaram ao cenário político-mundial.


Em um discurso Ratzinger disse: “Com profunda apreensão eu penso, neste dia festivo (natal), no Oriente Médio, marcado por tantos conflitos e tantas crises graves, e expresso minha esperança de que um caminho se abrirá para uma paz justa e duradoura", disse o papa, na Praça de São Pedro, no Vaticano."Ponho nas mãos do divino Filho de Belém, as indicações de uma retomada do diálogo entre israelenses e palestinos, que testemunhamos nos últimos dias, a esperança de novos desdobramentos encorajadores", acrescentou Bento 16. O papa também deplorou os conflitos em Darfur, no oeste do Sudão, e em outras partes da África.”. [BBC]

A interferência, e não só mera preocupação pastoral de Ratzinger, é evidente nos fatos passados do Vaticano na figura de K. Voityla (João Paulo II) nas ações contra o comunismo. Não eram só meras orações por um mundo melhor, foram interferências políticas para acabar com o comunismo e derrubar os muros de Berlim que separavam o mundo ocidental e oriental.

Mas Voityla tinha planos mais ambiciosos. “O pontífice disse que a nova ordem mundial deveria ser capaz de fornecer soluções para os problemas atuais com base na dignidade do ser humano, solidariedade entre países ricos e pobres e compartilhação de recursos. João Paulo 2º estava rezando uma missa na basílica de São Pedro, no Vaticano, para marcar o dia mundial da paz, celebrada pela Igreja Católica Romana no dia primeiro de janeiro”.[BBC – 01/01/04]

Ratzinger tem muros a derrubar também. Um muro divide o mundo palestino e israelense e seus desafios com as nações do oriente médio o colocam, como foi com Voityla, como um embaixador da paz para trazer a ordem política e espiritual naquela região. Os planos de Ratzinger são como de um estrategista militar; das acusações contra a religião de Maomé “para analistas, as declarações do papa na Alemanha, longe de terem representado um 'erro' ou uma gafe diplomática do principal dirigente da religião católica no mundo, fariam parte de uma estratégia do Vaticano.

O analista de assuntos vaticanos, Sandro Magister, diz acreditar que o papa sabia que aquela frase poderia provocar reações e correu este risco voluntariamente. Magister afirmou à BBC Brasil que este seria o 'estilo' de Bento 16, que quer impor uma nova direção política no Vaticano” [BBC – 25/09/06]

A postura do Vaticano desde os seus primórdios é esta – a liderança político-religiosa do mundo. Isto está no cerne do Vaticano; foi assim que dominou o mundo durante quase 13 séculos e é assim que pretende ser ainda impondo suas crenças e dogmas. “Entre as encíclicas mais políticas, figura "Vehementer nos", elaborada por Pio X em 1906, na qual a Igreja condena a lei francesa que adotava a separação entre a Igreja e o Estado e introduz o princípio do Estado laico, uma idéia mais tarde adotada em boa parte do mundo”. [UOL – 25/01/06]

“Na exortação apostólica pós-sinodal sobre Eucaristia Sacramentum Caritatis – O Sacramento do Amor, o papa fez recomendações para algumas das questões mais discutidas na Igreja, tendo como base recomendações do último Sínodo dos Bispos, realizado em outubro de 2005. No documento divulgado nesta terça-feira (10/04), Bento 16 deu ênfase a sua contrariedade com políticos e legisladores assumidamente católicos que defendem leis em desacordo com a posição da Igreja”. [BBC]

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